A verdade por trás dos contos de fadas

19:53



Oi para você ai do outro lado da tela. Tudo bem?

Estava sem saber o que postar. Eis que então na faculdade em meio a um debate, a minha linda professora de teoria da literatura entrou no assunto sobre a verdadeira história dos contos de fadas. Fiquei muito interessada, eu já conhecia algumas versões, lembro que li a muito tempo atrás quando tinha por volta de quinze anos. Devido a curiosidade resolvi procurar os verdadeiros contos e ler. 

Muitas pessoas não sabem dessas versões originais, muitos pensam até que sejam mitos. Para os desinformados os contos de fadas nada mais são que contos que provavelmente nos tempos antigos eram contados por pessoas velhas. Eles foram criados para assustar as pessoas e fazer com que as mesmas não cometam erros. Provavelmente vocês já viram aquelas filme/livros onde alguém mais velho costuma contar uma história antiga sobre aquele determinado local.

Os contos de fadas com o passar dos anos foram contados por muitas pessoas, e a medida que o tempo se passou ele foi alterado em algumas partes chegando nos contos que conhecemos hoje. Com isso as versões originais acabaram "perdidas". 

Ficaram curiosos? Pois bem, irei fazer a análise de alguns contos e claro contar-los para vocês:



CHAPEUZINHO VERMELHO

Chapeuzinho vermelho nada mais é que um dos contos de fadas mais famosos. Desde criança ouvimos a história da garotinha que foi levar doces para vovó e desobedeceu a sua mãe, indo por um caminho errado e se metendo em uma grande encrenca. Todos sabemos que no final a garotinha é salva por um lenhador que estava por ali, e a história termina bem para todos, menos para o lobo que acaba sendo morto pelo lenhador. Pois bem meu amigos, a história não é bem assim. Ela foi alterada com o decorrer dos anos, isso é um fato.
Essa história é contada desde a era medieval, há relatos que ela foi criada devido a relatos de ataques de lobisomens que estavam famintos pelos bosques sempre prontos para atacar. Porém, o lobo da história nada mais é que uma metáfora, isso mesmo você não leu errado. O lobo mal é uma metáfora. A cor da roupa da garotinha também é uma metáfora. Pasmem. 
A cor vermelha é um símbolo do início da vida "adulta" da garota, a passagem de criança para adulto. O lobo simboliza o desejo mais louco, selvagem que podem tomar um ser humano. O desejo de um homem louco que está à procura de uma garota indefesa pela floresta.

Vamos ao verdadeiro conto...




Era uma vez...

Uma garotinha que sempre estava vestida com um capuz avermelhado, que lhe rendeu o apelido de Chapeuzinho Vermelho. Um certo dia foi levar mantimentos para sua avó que morava longe, como sua mãe havia lhe mandado, e enquanto caminhava alegremente pela floresta, um grande lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia.

- À casa da vovó - respondeu ela prontamente.

O lobo muito esperto, lhe recomendou o caminho mais longo como atalho, e inocentemente a garotinha seguiu o conselho. Quando chegou primeiro à casa, o lobo matou a avó, colocou todo seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, vestiu a camisola da idosa e esperou na cama a chegada da menina.

Em pouco tempo ele ouviu batidas na porta.

- Entre, minha querida. - disse o lobo imitando a avó da garotinha.

- Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó. - respondeu Chapeuzinho Vermelho.

- Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa. - disse o lobo.

A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto se servia, o gato de sua vó a observava aos murmúrios:

"Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua própria avó com gosto. Ata teu destino ao dela."

Após a garota se alimentar, o Lobo então disse cheio de malícia:

- Dispa-se e venha para cama comigo.

- O que faço com minhas roupas? - questionou Chapeuzinho.

- Jogue na lareira, querida. Não precisará mais disso - respondeu o lobo.

E para cada peça de roupa que a garota retirava, corpete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo apenas respondia:

"Jogue na lareira. Não precisará mais disso"

Já totalmente despida, a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse:

- Como a senhora é peluda vovó. – exclamou Chapeuzinho

- É para te esquentar, minha neta. - respondeu o lobo.

- Que unhas grandes a senhora tem! - ela disse.

- São para me coçar, minha querida. - o lobo respondeu.

- Que ombros largos a senhora tem!

- São para carregá-la nas costas, minha jovem.


- Que coisa dura e longa a senhora tem entre as pernas.

- É para saber quando estou feliz, querida.

- E que olhos grandes!

- São para te ver melhor.

- E que nariz grande!

- É para lhe cheirar melhor

- E que dentes grandes a senhora tem!

 - São para te comer

E então o lobo a devorou.




CINDERELA

Não se sabe muito sobre o conto original da Cinderela. Alguns acreditavam que sua versão original foi a escrita pelos irmãos Green, porém o conto mais antigo que se sabe, se originou na China e este foi o que inspirou os irmãos Green.

Vamos ao conto...




Cinderela era filha de um comerciante rico que perdeu a esposa muito cedo e acabou se casando com uma mulher que tinha duas filhas perversas  como ela. A mulher fez de Cinderela a sua serviçal. 
As irmãs de Cinderela e sua madrasta por serem muito invejosas e sabendo que Cinderela era a moça mais bonita do reino, não a deixaram participar de um baile que o príncipe havia anunciado para encontrar sua esposa, dentro todo o tipo de mulher, das mais feias, pobres, altas, magras e gordas, ele iria escolher apenas uma.

Cinderela ficou triste, pois queria ir ao baile, mas as malévolas de sua casa rasgaram seu vestido feito com os retalhos do lixo, fazendo com que ela não possa ir. Em uma versão antiga, Cinderela nesse momento chorava no sótão enquanto fazia um pacto com o demônio, que um feitiço poderia durar até a meia-noite, mas a historia que conhecemos, ela tem ajuda de uma fada madrinha, que transforma uma abóbora em carruagem e ratos em cavalos etc., mas tem o mesmo aviso, do encanto acabar a meia-noite.

Cinderela chegou à festa como uma magnífica princesa, que não foi conhecida por ninguém, chamando atenção do príncipe que com ela dançou a noite inteira, mas ao badalar da meia-noite, Cinderela teve que sair correndo do palácio, deixando escorregar de seu pé um sapatinho de cristal, que foi encontrado pelo príncipe mais tarde.

O príncipe vai em busca da dama no outro dia, entrando na casa de todas as moças para que provassem o sapato, a dona dele seria a sua futura esposa. Chegando a casa de Cinderela, que havia sido trancada quando as irmãs ouviram a noticia, nas versões modernas, as duas tentam enfiar o pé no sapato, apenas para ficarem decepcionadas por seus pés enormes não caberem no calçado. A história
original mostra mais atitude e determinação nas irmãs, elas cortam pedaços dos pés para tentar pôr o sapato de cristal, fatiando partes dos seus dedos e calcanhar.

O final é feliz para Cinderela que prova o sapato, mas a madrasta e suas filhas tem os olhos arrancados e comidos por corvos.







A BELA ADORMECIDA


De todas as versões originais, a da bela adormecida, foi um dos que mais me assustou e de fato destruiu a minha infância. Por conter atos de violência sexual.

Vamos ao conto...



Era uma vez, uma rainha que teve uma filha linda, o rei convidou todas as fadas do reino para o batismo, mas infelizmente se esqueceu de uma, a mais velha delas, pois tinha apenas 12 pratos de ouro, sendo treze fadas no total.

Mesmo não sendo convidada, a fada esquecida, já velha e que também era uma bruxa, foi ao batismo, interrompendo a cerimônia com um furacão, jogou uma maldição na criança:
No dia em que completar 16 anos, a sua linda filha espetará o dedo no fuso de uma roca de fiar e morrerá.

E assim, a bruxa desapareceu como fumaça. O rei proibiu a fiação em todo reino, para que assim sua filha pudesse crescer e viver em paz. Mas, quando completou 16 anos, a princesa descobriu uma sala secreta, onde uma velha estava a fiar, e curiosa, ela meche na roda de tear e assim, espeta o dedo, com uma pequena farpa de madeira entrando dentro de sua unha.

Chega a parte que foi censurada através dos anos pelo teor sexual, pois adormecida, a bela é estuprada ainda dormindo, por um príncipe que a engravida de gêmeos, depois de nove meses, ainda adormecida, dá a luz aos bebês que a procura de comida, se arrastam para mamar, mas um dos bebês começa a chupar acidentalmente, os dedos da princesa até que suga a lasca de madeira de dentro do dedo da adormecida, e assim se quebra a maldição, e o bebê morre engasgado e a menina acorda.




  

BRANCA DE NEVE


Era uma vez, no tempo de inverno, quando os flocos de neve caiam como penas do céu, uma rainha sentou-se numa janela que tinha moldura de ébano negro. Ela estava costurando enquanto olhava para a neve e espetou o dedo com a agulha e três gotas de sangue caíram sobre a neve da janela. O vermelho pareceu tão bonito na neve branca que ela pensou consigo mesma: ’Eu gostaria de ter uma filha branca como a neve, com a boca vermelha como sangue, e os cabelos negros como o ébano’.


Assim nasce a Branca de Neve, como as preces da Rainha sua mãe, que era muito vaidosa e vivia se olhando em um espelho, fazendo a famosa pergunta ‘Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?’ O espelho respondia que não, até que Branca de neve completou sete anos, o espelho afirmou que existia, e essa pessoa era sua filha.


A rainha passou a odiar Branca de Neve, e queria ela morta urgentemente. Assim começou  conspirar para que a filha morra a deixando sozinha entre outras, até que não conseguiu causar nenhum acidente, contrata um mercenário, para que mate a menina, e como prova do feito, lhe traga o coração, pulmões e fígado. 


O mercenário não consegue matar Branca de Neve, mandando-a fugir para muito longe, mas para voltar, mata um animal silvestre e leva para a rainha, que os salga e manda os cozinheiros preparar para sua refeição, pois ela acredita que comendo os órgãos da princesa, iria desenvolver características como ela. Logo após comer, ela pergunta ao espelho, se ela era a mulher mais bonita, só que ele responde ‘Branca de Neve’. A rainha fica furiosa.


A Branca encontra a casa dos sete anões, que a acolhem, e avisam que ela não pode deixar ninguém entrar na casa enquanto eles estão fora. O conto da Disney tem foco nos sete anões, mas no original, eles não aparecem com grande predominância. A rainha se disfarça de uma velha senhora, e visita a casa dos anões três vezes, na primeira, amarrando-a com rendas de segurar espartilhos, mas esta é salva pelos sete anões. A terceira visita da rainha é onde ela entrega a tradicional maçã envenenada, que é consumida pela menina, e assim cai no chão.
Todos pensam que a Branca de Neve morreu, e a colocam em um caixão de vidro, até que um príncipe chega, e tenta beijá-la, mas nada adianta, então ele cutuca e a golpeia até que a maçã que esta entalada em sua garganta é cuspida, e assim ela consegue acordar e se casar com o príncipe.
Em outras versões da historia, a rainha muda, sendo uma condessa ou uma madrasta, mas originalmente ela é a mãe biológica da Branca de Neve, que no final tem uma punição macabra, ela é forçada a dançar com um par de sapatos de metal, aquecidos em um forno na brasa. Os sapatos são colocados nos pés da rainha, e dança com tais sapatos de fogo até que caia morta no chão.





O FLAUTISTA DE HAMELIN

Um fato estranho: A história do flautista de Hamelin realmente aconteceu. O ocorrido foi no ano de 1284 na cidade de Hamelin, na Alemanhã.



Hamelin estava infestada de ratos, então ninguém sabia o que fazer, as pessoas tentaram de tudo, mas os ratos só estavam se alastrando mais ainda até que um dia, um forasteiro chegou à cidade, dizendo ser um ‘’caçador de ratos’’.

O homem disse que tinha a solução para que os ratos sumissem da cidade, e as pessoas prometeram um bom pagamento a ele, uma moeda de ouro para cada rato que ele matasse. O homem aceitou o acordo e começou o trabalho. Pegou uma flauta e assoprando, hipnotizou todos os ratos da cidade, atraindo eles com seu som até um rio, e fazendo todos eles se afogar.


Obtendo sucesso em sua missão, as pessoas não conseguiram pagar a divida, fazendo assim que ele se irritasse, e saísse da cidade. Semanas depois, em um domingo de manhã quando toda população estava na igreja, o flautista retornou a cidade tocando sua flauta, hipnotizando todas as crianças de Hamelin, menos três delas que se salvaram para contar o ocorrido.


130 crianças saíram acompanhando o flautista até uma caverna que ficava fora da cidade e elas nunca mais foram vistas. Ninguém soube contar o que ele fez com elas lá dentro, as hipóteses que foram levantadas foram assassinato depois de pedofilia na caverna escura.
As três crianças que restaram na cidade puderam contar o ocorrido, uma delas era cega(não conseguiu ver o caminho), outra surda(não ouvia a flauta) e a ultima usava muletas (não conseguiu acompanhar as outras crianças já próximas a caverna). 


Em uma igreja de Hamelin, ainda existe uma vitral em memória do trágico ocorrido em tempos medievais, tendo o Flautista representado em uma roupa colorida, e as crianças de branco.



Não quis listar todos os contos, porque ficaria muito grande e cansativo o post. Assim preferi colocar os que mais me chamaram atenção. Eu sei, estraguei a infância de vocês não é mesmo? Espero que tenham gostado.

Caso queiram saber mais, indo para vocês esse vídeo do canal Ambu que conta um pouco sobre a versão original dos contos de fadas. E também o blog Mistérios Fantásticos que vocês podem visitar clicando aqui.



Os créditos desta postagem vão para o blog Mistérios Fantásticos onde fiz toda a pesquisa. 



You Might Also Like

0 comentários