Psicose: Falando sobre o livro, os filmes e a série

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Origem

O livro psicose escrito por Roberth Bloch foi lançado no ano de 1959. No ano seguinte dirigido por  Alfred Hitchcock, foi lançado o filme com o mesmo nome. Filme que custou 800 mil dólares e faturou 60 milhões de dólares nas bilheterias do mundo inteiro.
Para criar o personagem principal da trama, Roberth Bloch se inspirou em um dos maiores monstros americanos, Ed Gein.


ATENÇÃO : CONTÉM SPOILERS 





Quando a ficção imita a realidade


Nos dias atuais, ao assistir psicose você pode achar engraçado a forma como os atores conversam ou agem. As cenas que eram para causar medo, podem lhe fazer rir. Agora, imagine quando o filme foi lançado, provavelmente ele causou medo e angustia aos seus telespectadores e alguns devem até ter dito a frase “graças a deus é só um filme.”, coitados. Mas, nem sempre é assim, alguns filmes são inspirados em histórias reais e esse tipo de filme são os que mais assustam. Antes de falar sobre a obra, vamos falar sobre a sua inspiração.


Ed Gain – O Açougueiro louco de Plainfield

Ed Gain cresceu em uma fazenda que ficava alguns quilômetros próxima de Plainfield, Wisconsin. Ele morava com seu pai, George, que era um homem muito agressivo quando estava bêbado. Sua mãe, Augusta, uma mulher tirana, fanática religiosa e pode-se considerar cruel. E com o seu irmão Henry.
O pai de Ed morreu no ano de 1940, por causa de um ataque cardíaco. A família não sofreu muito pela perca do pai e Augusta se tornou ainda mais tirana com os filhos, tentando os proteger das depravações do mundo, ela possuía uma repugnância pelo sexo e chegava a punir os filhos quando os via fazer algo que considerava depravado.
A medida que o tempo se passou Henry começou a ver o quão a mãe estava errada e tentou convencer o seu irmão que possuía uma admiração imensa pela mãe. Ed ficou contra o irmão que morreu em 1944 supostamente vítima de ataque cardíaco enquanto tentava apagar um incêndio na fazenda. Ninguém conseguiu explicar os hematomas que ele possuía atrás da cabeça.
Daí para frente Ed tinha a mãe só para si. Porem Augusta ficou muito doente, em 1945 ela teve um derrame o que a debilitou, Ed cuidava dela dia e noite, e mesmo assim ela o chamava de fraco e fracassado. Mas as vezes pedia que ele se deitasse ao seu lado e ele a abraçava. Augusta dizia que ele não conseguiria viver sem ela. Mas a frente Augusta sofreu outro derrame e esse foi fatal.
Ed se tornou mais estranho do que era antes, ia até a cidade para resolver alguns problemas, comprar coisas importantes e tomar cerveja no bar da Mary Hogan. Todos o conheciam por sua maneira estranha de ser e pelas “piadas de humor negro” que costumava fazer. Quando Mary Hogan desapareceu ele falou que ela estava passando um tempo na sua casa e todos riram achando que era apenas uma piada. Todos achavam que aquele homenzinho tímido e bobo jamais seria capaz de causar algum mal a alguém. Então, Bernice Worden desapareceu.
Aconteceu no ano de 1957. Quando Frank Worden voltou da caça encontrou uma grande poça de sangue na loja de ferragens e notou o desaparecimento de sua mãe. Ao checar o livro de vendas notou que a última pessoa que passou por ali foi Ed Gain. Assim ele seguiu com a polícia até a casa de Ed onde encontraram uma cena horrível. O corpo de Bernice estava dependurado como um veado abatido e decapitada. Começou uma grande busca pela casa de Ed e o corpo encontrado foi o de menos. Haviam objetos feitos a partir de carne humana. Tigelas feitas com crânio, cadeiras com estofamento de pele, cinto feito de mamilos. Havia também uma roupa feita de uma pele de mulher velha que Ed admitiu que vestia todas as noites e andava pela casa fingindo ser a sua mãe.
Ao ser questionado ele falou que as únicas pessoas que matou foram Mary e Bernice. As partes de corpos que tinham em diversas partes de sua casa vieram do cemitério. Ed Gain era um carniceiro, desenterrava os corpos e fazia aquilo como forma de suprir a falta que sentia de sua mãe. Ele passou o resto da sua vida em hospitais psiquiátricos e morreu de câncer no dia 26 de julho de 1984, seu corpo foi enterrado ao lado do túmulo de sua mãe.
Ed Gain foi imortalizado em diversos personagens do cinema, são eles: Norman Bates, Buffalo Bill, Leatherface, Bloddy Face, entre outros. 


         Psicose – Falando um pouco do livro, filmes e série.




Mary Crane trabalhava em uma imobiliária e possuía um amante. Certo dia em seu trabalho chega um homem muito rico que deseja comprar uma casa para sua filha. Ele paga os quarenta mil à vista e assim o dono da imobiliária pede que Mary deposite o dinheiro no banco. Mary reclama de uma dor de cabeça (inventada), e assim fala para o seu chefe que deixará o dinheiro no banco e depois irá descansar.
Acontece que Mary foge com o dinheiro que roubou para pagar as dívidas do seu amante e assim poder se casar com ele. Durante a sua fuga ela troca de carro e acaba ficando perdida em meio a uma tempestade. Assim acaba encontrando um motel de beira de estrada chamado Bates Motel. Ela é recebida pelo seu proprietário, Norman Bates que logo lhe dá a chave do quarto 1. E ele possuía um motivo para coloca-la naquele quarto. Havia um quadro na parede do escritório e atrás desse quarto havia um buraco na parede onde ele espiava tudo que acontecia no quarto 1. Assim, naquela noite ele observa Mary se despir de maneira sexy e seguir para um bom banho.
Nessa parte entra a mãe de Norman, Norma Bates. Uma mulher que presa acima de tudo o “bem” estar do seu filho. Desde sempre ela o protegeu das depravações do mundo, o batendo ao encontrar pornografia em seu quarto, o impedindo de ter relacionamentos. Afinal ele era o seu filhinho querido. Acontece que Norma não percebia que estava criando um monstro.
Naquela noite, Mary percebe que tem alguém do outro lado da cortina do banheiro que logo é aberta e revelada uma velha com uma faca na mão. Mary é esfaqueada e morta e assim se conclui uma das cenas mais icônicas do cinema de horror. Norman horrorizado pelo ato que sua mãe cometeu tenta esconder o corpo de Mary, colocando-o no porta malas do carro e o jogando em um pântano que havia ali perto.
Tudo aconteceu numa sexta. Na segunda o chefe da Mary nota o seu desaparecimento, junto com o desaparecimento do dinheiro e assim entra em contato com sua irmã, que não sabe o que está acontecendo e vai atrás do namorado da Mary que também não sabe o que está acontecendo.
Nesse meio tempo o seguro da empresa contrata um detetive e assim começa a investigação para saber o que aconteceu com a Mary e o dinheiro. E assim começa a trama do filme.

Igualdades e Diferenças entre Psicose : Filme 1 e livro

O filme se inicia com a Mary e seu amante em um quarto, o que faz o público acreditar que será contada a história da Mary. Porém, assim como no livro a Mary morre nas primeiras cenas e assim se descobre que o filme é sobre, Norman Bates.
No livro Norman Bates é citado como um homem descuidado, que está por volta dos seus quarenta anos e devido ao desleixo está ficando careca e gordo. Já no filme nos deparamos com algo completamente diferente. Um homem alto, magro e de certa forma
charmoso, um Norman Bates interpretado por Anthony Perkins - que é completamente diferente do personagem criado por Roberth Bloch - que fez muito bem o seu trabalho e foi um ótimo Norman Bates. Diferente do Norman do livro, o Norman do cinema é um personagem que contagia quem está assistindo e em algumas partes faz com que você sinta dó do personagem e até torça por ele em algum momento, o que pode parecer estranho.
Outra diferença é o namorado da Mary. No livro ele é um homem ativo, que busca ajudar de todas as formas. Já no filme, nos deparamos com um personagem que se não tivesse ali não faria falta.
O filme é anos luz melhor que o livro, apesar do livro possuir mais detalhes. Como em todas as outras histórias de livros e suas adaptações. Mas, no filme podemos sentir mais a tenção e vivenciar o que está acontecendo. Muitas pessoas discordam por causa da falta de detalhes, porem a maioria das pessoas que discordam e acham que o filme ficou meio incompleto são aqueles que desconhecem a sua continuação.


Filme 2 e 3.



No ano de 1983, chega aos cinemas Psicose 2. E a primeira diferença que podemos notar é o filme ser a cores.
A história de Psicose 2 passa exatamente em 22 anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. Norman finalmente cumpriu a sua pena e foi solto. Voltando agora para sua vida e buscando uma forma de se integrar na sociedade. Algumas pessoas não acreditam que ele está curado dos seus problemas e tentam impedir o seu regresso a sociedade.
Ele começa a trabalhar em uma lanchonete e tudo está bem até ele começar a ser assombrado pelo passado e lembranças de sua mãe. Ele começa a receber bilhetes e ligações escritos por ela (ou pelo próprio Norman ou por uma terceira pessoa.). Enquanto isso alguém circula por ai vestido como Norma Bates. Então está definida a trama, descobrir quem está enviado os bilhetes e se vestindo como Norma. O telespectador se vê em uma confusão se saber se acredita que exista uma terceira pessoa ou se é tudo culpa do Norman. O filme é uma sequência do primeiro e prende a atenção do início ao fim, possui uma trama inteligente e no final deixa espaço para uma possível continuação e aquele gostinho de quero mais.

Já no terceiro filme nos vemos diante a continuação do segundo, porém não é uma obra tão impactante como foram o primeiro e segundo filme. Psicose 3 se inicia com Maureen – uma freira – Em cima de uma janela em uma igrejinha no meio do nada. Ela está gritando desesperada que deus não existe e as outras irmãs assustadas pedem para que ela desça e não cometa suicídio. Acontece que ao tentar ajudar Maureen uma das irmãs acaba caindo e morrendo. Assim Maureen vai embora aos prantos do convento e chega em uma estrada onde conhece um rapaz músico que pretende ir para Los Angeles em busca de fama.
Os dois se veem em uma tempestade no meio do nada e são obrigados a parar. Nesse momento o rapaz tenta abusar de Maureen que sai do seu carro e desaparece no meio da tempestade. No dia seguinte ele segue a viagem e encontra o Bates Motel e o seu dono, Norman Bates. Ele se oferece para trabalhar no local e logo é contratado. Não demora muito e a garota Maureen também encontra o local e se hospeda no Bates Motel o que passa a ser algo desesperador para Norman, pois, as iniciais da garota são as mesmas da Mary ( que ele matou no primeiro filme.), e elas se parecem muito.
Na primeira noite de estadia da moça a cena do primeiro filme quase se repete. Porem ao abrir a cortina do banheiro ela encontra a garota dentro da banheira que está cheia de sangue. Maureen havia cortado os pulsos e estava quase morrendo. Norman a leva para o hospital e depois de uma longa conversa ele descobre que ela é uma boa garota e a convida para voltar para o Motel quando estiver melhor e ficar por lá o tempo que for necessário.
Nesse meio tempo acontece um assassinato. Uma garota que estava com o novo empregado do Bates Motel acaba sendo morta dentro da cabine telefônica e seu corpo vai parar dentro do rio. Na cidade uma repórter está em busca de informações sobre o Norman, para assim conseguir escrever uma grande reportagem.
Quando Maureen volta para o motel ela e Norman começam a se relacionar. E assim começa o primeiro romance da trama. Porem ele não consegue seguir com a moça com medo de sua mãe. Nessa mesma noite está acontecendo uma comemoração no motel e uma moça acaba sendo morta. No dia seguinte começam as investigações e a repórter conta para Maureen o passado sombrio de Norman Bates. Maureen vai embora e assim segue a trama até um final bem previsível. Norman é levado novamente para o sanatório.

Filme 4 e Série : Bates Motel.

Psicose 4 assim como o 3 não possuem uma crítica muito boa. O filme se passa após Norman novamente sair do sanatório e se integrar na sociedade. Porem desta vez não somos apresentados a novos crimes e sim ao passado do Norman a sua infância.
Ele está ouvindo um programa de rádio cujo o tema daquele dia era Matricídio. O programa é aberto para ouvintes e ele liga usando o nome de Ed (Ligue os pontos) e dizendo que quer contar a sua história. Norman começa falando da sua primeira vítima. Conta como a sua mãe era má, mas ao mesmo tempo diz o quanto ela era boa. E diz também o quanto sofreu por ter a matado. No meio do filme descobrimos que ele está preparado para matar novamente e desta vez a vítima será a sua esposa, motivo: ela está grávida e ele não quer semear a sua semente maldita pelo mundo.
A radialista tenta convencê-lo a não fazer nada, a seguir a sua vida, mas Norman está determinado. Leva a sua esposa até a sua antiga casa, acha a sua faca e vai mata-la, mas a moça o convence a não se sujar novamente e seguir a nova vida bem como estavam indo. Dizendo que o bebê será bom para ele. E assim vemos algo que nunca pensei que aconteceria. Norman Bates aceita ter o filho, não mata a sua esposa e destrói as lembranças do passado. Iniciando uma vida normal e feliz.
Agora vamos a série. Bates Motel conta a história de Norma e Norman Bates que após a morte do chefe da família compram uma casa e um motel e buscam uma nova vida. Tudo parece bem até o antigo dono aparecer tomado pela fúria e estuprar Norma Bates. Ela acaba matando o homem e seu corpo vai parar no fundo do lago.
Após isso tudo começa a ir bem para o Bates até eles descobrirem que será feito um desvio na rodovia e assim a estrada onde o Bates Motel é localizado será tirada do mapa, fazendo com que os negócios vão para o saco.

Norma Bates, interpretada por Vera Farmiga. Tenta de tudo para salvar o seu negócio, mas todos sabemos como essa trama irá acabar. A série traz algumas características do clássico psicose. Como os surtos e admiração de Norman – interpretado pelo incrível Freddie Highmore – Temos alguns assassinatos causados por Norman e temos uma cena recriada e quase perfeita quanto a do filme de 1960.
A série traz algumas diferenças. Como o Dilan, irmão problema do Norman, gerado em um estrupo praticado pelo irmão da Norma que aparece mais na frente na série. Também tempos alguns outros personagens que não aparece no livro e nem no primeiro filme. E o foco principal não é só Norma e a sua psicose. Na série podemos analisar o comportamento confuso de Norma. Os problemas de Dilan, que se envolve com o tráfico da cidade.
Um ponto estranho da série é que as vezes parece ser algo muito atual o que quebra um pouco a conexão com a história de 1960. Um exemplo é a Norma usando um celular touch screen. Fora isso é uma série incrível que com certeza todos os fãs desse clássico irão gostar. Até agora a série possui três temporadas, a quarta e penúltima temporada estreia no dia 7 de março de 2016 e pode-se esperar muito dessas duas últimas temporadas.




INDICAÇÕES E FONTES DE PESQUISA :

Livro : Serial Killers – Anatomia do mal. Escrito por Harold Scherchter.

Filme: Ed Gain – O serial Killer. 2000, Dirigido por Chuck Parello.

Livro: Psicose. Escrito por Roberth Bloch.

Filme: Psicose. 1960, Dirigido por Alfred Hitchcock.

Filme: Psicose 2. 1983, Dirigido por Richard Franklin.

Filme: Psicose 3. 1986, Dirigido por Anthony Perkins.

Filme: Psicose 4. 1990, Dirigido por Mick Garris.

Série: Bates Motel. 2013, Dirigido por David Straiton, Ed Bianchi, Johan RenckPaul F. , Edwards S. J. Clarkson, Tucker Gates.


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